Feliz 2025

Uma bola rola num subúrbio do Rio de Janeiro e cativa um menino que a escolhe como seu brinquedo predileto. Ali desabrocha uma das maiores sagas que o esporte mais amado do mundo já testemunhou. Dotado de um talento singular, força de caráter, uma dedicação quase monástica e apoiado por uma família tão vasta quanto extraordinária, o menino transformou o “joga bola” em sua profissão e passou a inscrever o nome “Zico” nas memórias e corações de incontáveis gerações.

Diz-se que talento pula gerações, mas Zico até nisso é diferenciado. Produziu um Junior que encontrou seu próprio jeito de ser brilhante e que compreendeu que honrar os grandes é a mais sublime forma de amor. Daí nasceu o inigualável Jogo das Estrelas, em cuja festa de 20 anos, realizada ontem no mais emblemático estádio do país do futebol, reuniu novamente lendas de todas as épocas e cantos do globo.

Foi mágico e maravilhoso ver a bola dançar e se divertir aos pés de Zico, Rivaldo, Adriano, Kluivert, Quaresma, Salgado, Kurânyi, Djalminha, Denilson, Gamarra, Renato, Ramires, Grafite e tantas outras feras que desfilaram com extrema elegância sua arte atemporal para 32 mil pessoas presentes e muitos milhões pelo Brasil e mundo afora. Até a chuva que rondou todos os dias, respeitosamente desistiu de atrapalhar o maior espetáculo do gênero no planeta.

Em um mundo obcecado por likes, seguidores e riqueza, é fundamental destacar que, em qualquer das 20 edições, nenhum desses astros jamais cobrou um único centavo para participar e jogam tão somente por amor ao esporte e pelo impacto social propocionado. O UNICEF, que endossa a parte humanitária do Jogo das Estrelas, agradeceu não apenas pelos necessários recursos que foram arrecadados, mas principalmente pelo aumento da visibilidade para as causas que necessitam urgentemente de apoio.

A bola continua rolando para aquele outrora menino e seu filho. Em meados de 2025, o Jogo das Estrelas expandirá suas fronteiras com a edição japonesa em Hiroshima, escolha simbólica e tocante para celebrar a vida diante dos 80 anos de lembranças trágicas. Que esse novo capítulo seja mais um sucesso e que, no final do ano, muitos semideuses do futebol voltem a se reunir no Maracanã para mais um incomparável Jogo das Estrelas.